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Reino Unido: proposta a expansão da fluoretação da água para prevenir cárie dentária e diminuir desigualdades na distribuição da doença
As autoridades que assessoram a área da saúde da Inglaterra, Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte recomendaram que, em todos aqueles paises do Reino Unido, as empresas incumbidas do tratamento da água de abastecimento público, assegurem, em todo o território, o ajuste da concentração do fluoreto na água de abastecimento público. No ordenamento institucional do Reino Unido, os cargos dessas autoridades equivalem aproximadamente aos de coordenadores das áreas de vigilância e promoção da saúde no ministério da Saúde no Brasil. A recomendação, equivalente a uma Resolução ministerial autorizativa no Brasil, tem o objetivo de buscar alcançar uma redução da ordem de 17% na prevalência de cárie dentária entre as crianças mais ricas e de 28% entre as mais pobres. Espera-se, ainda, que a redução na prevalência da doença contribua para diminuir as desigualdades na sua distribuição na população, uma vez que, segundo as autoridades, tais desigualdades vêm persistindo e resistindo às medidas para reduzí-las, ainda que a fluoretação da água seja uma medida complementar no conjunto de ações necessárias para eliminar desigualdades. Caberá agora, às autoridades de cada país e de cada localidade, decidir se a medida será implementada.
As autoridades de saúde britânicas rejeitaram as preocupações com a segurança da fluoretação para a saúde das pessoas, dizendo que não há evidências científicas de que a forma ionizada do elemento flúor cause câncer, conforme alegam opositores dessa medida de saúde pública. Também descartaram, com base nos conhecimentos científicos atuais, que essa medida preventiva da cárie esteja associada com algum outro agravo à saúde das pessoas, e condenaram algumas sugestões que consideraram “exageradas e sem base em evidencia científica” sobre eventuais riscos à saúde.
O flúor é encontrado, naturalmente, em níveis baixos na água e é conhecido por proteger os dentes. Na Inglaterra, cerca de 6 milhões de pessoas têm acesso a água com níveis de fluoreto adequados para prevenção da cárie. A medida é mais comum em outros países, incluindo Estados Unidos, Brasil, Austrália, Canadá, Espanha, Coreia do Sul e Nova Zelândia.
A matéria foi publicada em 23/9/2021, no prestigiado jornal inglês 'The Guardian'. Para ler em inglês, clique aqui.